PÉ DE POESIA

O dia amanhece e cá estou eu pensando em tudo que vivenciamos na semana passada, dentro e fora dos espaços faopianos com o seminário ArteHoje, a Semana do Audiovisual - Seda e a Semana de Artes. 

O período de 19 a 27 de maio pareceu pequeno pro tanto que foi apresentado: mesas-redondas, oficinas, conferências, exposições, debates, laboratório de imersão, exibição de filmes e documentários, intervenções artísticas, espetáculos, apresentações musicais, etc, etc, etc. UFA! Tudo isso chegou como uma avalanche aos nossos sentidos e nos tirou do lugar comum, corriqueiro.

Não é todo dia e em qualquer lugar que temos o privilégio do encontro com pessoas tão engajadas, atentas e atuantes neste mundo globalizado, com o olhar no coletivo, coisa de quem pensa grande, com visão ética(e por que não estética?), trazendo profundas e importantes reflexões sobre questões atualíssimas ou mesmo apontando caminhos possíveis – inspirações - para nossa práxis diária educacional, artística, cultural, social e HUMANA, que permitem a transformação de ideias e a construção/realização/resgate/ampliação dos sonhos (incluindo os impensados, guardados, esquecidos), ou mesmo fazer a revolução da/na própria vida.

Território Rede pode ser uma temática complexa mas, também, pode nos trazer a alegria do compartilhamento, da solidariedade, da tessitura de uma trama/tecido/pele que nos permeia e nos localiza como seres da ação poética, das múltiplas vozes, curiosos, cheios de ousadias, do afeto e, sobretudo, esperançosos. A vida é maior.

Ao longo da semana a rede foi se construindo a distância e presencial com muita provocação, troca e até mesmo quebras de paradigmas culminando num grande encontro – Antônio Dias de Cultura – verdadeira efervescência de ações criativas chegando através da música tocadas nas janelas e sacadas das repúblicas ou mesmo num jardinzinho: das artes plásticas, visuais, circenses e literária, nos brechós que relembrava a prática milenar do escambo onde a moeda de circulação era a generosidade e respeito mútuo, os bares, restaurante e cafés abertos para acolher quem por lá passava. Gente circulando e se apropriando dos vários espaços, dos objetos de fruição estética, vivenciando a alegria da proximidade amorosa de quem chega de perto ou de longe e conversa e canta e dança e celebra a criação.

Este foi um domingo pintado com outras cores, outros cheiros e sabores, sob as bênçãos tingidas de azul, que tem só aqui, no céu de Ouro Preto.