“Eu penso por meio de metáforas. Minhas idéias nascem da poesia. Descobri que o que penso sobre a educação está resumido num verso célebre de Fernando Pessoa: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”.
Navegação é ciência, conhecimento rigoroso. Para navegar, barcos são necessários. Barcos se fazem com ciência, física, números, técnica. A navegação, ela mesma, faz-se com ciência: mapas, bússolas, coordenadas, meteorologia. Para a ciência da navegação é necessária a inteligência instrumental, que decifra o segredo dos meios. Barcos, remos, velas e bússolas são meios.
Já o viver não é coisa precisa. Nunca se sabe ao certo. A vida não se faz com ciência. Faz-se com sapiência. É possível ter a ciência da construção de barcos e, ao mesmo tempo, o terror de navegar. A ciência da navegação não nos dá o fascínio dos mares e os sonhos de portos onde chegar. Conheço um erudito que tudo sabe sobre filosofia, sem que a filosofia tenha jamais tocado a sua pele. A arte de viver não se faz com a inteligência instrumental. Ela se faz com a inteligência amorosa.”
Rubem Alves, Por uma educação romântica, p. 112-113.
“ O sonho dá ordens à inteligência: "Pense, invente as ferramentas de que necessito para realizar o meu sonho".
Aí a inteligência pensa.
Se o sonho não existe, é inútil dar ordens à inteligência. Ela não obedece.”
Aí a inteligência pensa.
Se o sonho não existe, é inútil dar ordens à inteligência. Ela não obedece.”
Rubem Alves
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